quinta-feira, 30 de outubro de 2014

ASSIM COMO OS PÁSSAROS AMAM





Quando falavam de amor, imunizavam-se das ilusões, das dores e dos mundos internos dos medos.
Quando falavam de amores, sintonizavam-se apenas com as fragrâncias das flores e os encantos do amor.
Quando viveram o amor, o universo se fez em cores e formas que embeveciam ao próprio Deus.
O que nestes momentos os tornavam completos e munidos de todas as sapiências sobre a vida?
Suas existências, estas, se faziam de infinitas pluralidades, de contínuas experiências e enriquecimentos.
Porque somente nestes momentos, o mundo se esquecia de si e a continuidade da vida não era razão de temores, aquisições ou dominações?


Porque os contextos dos aspectos da vida comungavam em si e entre si, sustentados por atmosferas que se interpenetravam coexistindo em estados e naturezas distintas, porém, perfeitamente harmoniosas e complementares?
Porque abandonar esta atmosfera livre das paixões e das dúvidas?
Sim, das paixões e das dúvidas que contaminam e disseminam-se como um vírus que toma a todas as naturezas sãs, e as corrompem conduzindo-as até o seu estado mais extremo e crítico, a morte.
Olhar pela janela de nossa alma para os verdes campos floridos do divino que reside em cada um de nós, deveria ser a única forma de observar a si mesmo e ao outro.


Reconhecer o quanto fomos dotados de uma natureza límpida e pura, onde seu estado natural conceder-nos-ia por si só a eternidade composta de amor e contemplação.
A perfeição não pode ser uma meta, uma busca, ou inclusive o desconhecimento da mesma. Ela simplesmente reside, oxigena e sustenta-nos sem que se faça necessário a nossa percepção de sua presença em nós. Assim como os pássaros que cantam simplesmente por que esta é a sua natureza, a perfeição em nós, igualmente nos é natural, como o canto dos pássaros o é para estes.
Expressar a sua natureza ao cantar é um ato natural para um pássaro, ele não planeja, ele não ambiciona, ele apenas permite que a sua natureza possa se manifestar. E ao fazê-lo, ele presenteia a toda a vida com beleza e encantamento, sem que para isto, haja qualquer condição ou segregação imposta a qualquer aspecto da vida.


Nós, dotados da energia do amor, temos que simplesmente deixar que ela flua por entre e além de nossos poros, para que esta energia se faça acessível e comum a todos os nossos semelhantes, de maneira incondicional e ausente de naturezas segregadoras assim como os pássaros o fazem em relação ao seu canto.
Quando você dirige amor a si, o universo a sua volta se preenche de cores, luzes e aromas que inebriam as almas que estão conectadas com esta mesma energia. Em assim o fazendo, as expressões que emanam de você apenas se entregam em um ressoar que se sintoniza com o que de mais puro habita em teu ser. A transparência e o brilho de tuas ações e sensações absorvem os contextos individuais e sociais, gerando paz, harmonia e boa vontade entre aqueles que fazem parte de sua esfera de relacionamento.
A naturalidade com a qual este sentimento se mostra é absolutamente envolvente e permeia de maneira profunda e ao mesmo tempo livre, a todos os aspectos da vida com os quais o contato e a abrangência do mesmo ocorram.


Falar de amor é falar de Deus, por esta razão, é imprescindível que tenhamos a ciência clara do que é o amor. Do quanto é importante ater-se interna e externamente a este tema, e mais ainda, vibrar nesta frequência, é antes de tudo uma condição que requer entendimento de que a palavra amor, é o sinônimo de Deus, e que Deus é a mais pura manifestação do amor.
Em razão deste desconhecimento, vemos cenários pobres e desprovidos da beleza natural que somente o amor pode conceder as relações humanas e as circunstâncias nas quais os humanos se envolvem em seus dias, meses, anos e pela vida inteira.


Amar é muito mais do que possamos imaginar, e não ter o conhecimento desta relação e responsabilidade, possivelmente pode ser uma das razões que em nossos dias, tornou a palavra amor e o que ele expressa, uma pálida realidade,  prostituindo-a e vulgarizando-a de uma maneira banal e pueril. 
Ausenta-se do domínio humano o entendimento de que ao amar a si ou ao outro, seja qual for o relacionamento estabelecido, o indivíduo esta em primeira e última análise amando a Deus.
Será que temos a consciência desta verdade?
Será que sabemos que ao amar um filho, um amigo, um irmão, um conjugue, um pai ou uma mãe, estamos na realidade amando a Deus?
Sim, a Deus em uma de suas mais variadas e múltiplas expressões?
E será que igualmente, sabemos que ao direcionar ódio, rancor, mágoa, culpa, julgamento, e qualquer outro tipo de ressentimento, estamos na realidade dirigindo isto tudo a Deus?


Mas, para aquele que reconhece o poder e a perfeição do amor, para este é reservada a atmosfera mais plena que o ser pode alcançar.
Quando o indivíduo se ama verdadeiramente, aceitando a todas as suas manifestações virtuosas e aquelas outras que manifestam desequilíbrios, ele se capacita a viver a atmosfera do amor.
E esta atmosfera contribuirá definitivamente para que ele possa se reequilibrar em todos os seus aspectos que possam manifestar condutas mentais, emocionais e ações que não estejam sintonizadas com o amor.
Viver amando, é o melhor remédio, a melhor escolha para quem deseja realmente reconhecer o Deus que habita em si e reconhece-lo presente no outro.


Não podemos esquecer, amar é a nossa condição natural, espontânea e comum a todos nós, manifesta-lá é uma decisão pessoal, intransferível e desprovida da interferência ou da ação do outro.
Creia, você é o único responsável pelo amor que há em você, ele jamais poderá vir de fora, de outra pessoa para você.
O outro pode apenas mostrar-lhe novas facetas do amor que você pode ainda não ter percebido em você, e isto, em razão direta de sua sensibilidade e aceitação, poderá ser a alavanca e o incentivo para que você descubra estas outras facetas do amor em você mesmo.


Você não será acrescido de novas facetas, vertentes ou qualidades do amor, pois, ele é completo, inteiro, não se faz por metades, contudo, algumas destas outras vertentes do amor podem se encontrar adormecidas em seu interior, e no contato com esta outra ou outras pessoas, pode haver o despertar daquilo que já existe e é presente em você, mas, que até então eram desconhecidos por você.
Quando o amor bater a sua porta, deixe-o entrar, permita que ele se acomode, se instale sem medidas, censuras, condições ou segregações.
Quando ele bate a sua porta, é porque você esta se permitindo descobrir o amor, mas, não me refiro ao amor entre casais, me refiro ao amor como experiência e presença de Deus em você e o consequente reconhecimento no outro.


O amor somente pode ser reconhecido como presente no outro, se em primeiro lugar você o reconhecer presente em seu coração.
Lembre-se, em realidade você esta amando a Deus, em uma de suas múltiplas e infinitas manifestações como Amor em você e no outro.
Quando você finalmente conseguir reconhecer e aceitar este amor, você se capacita para viver o amor e permitir que esta atmosfera possa tornar-te, a verdadeira manifestação de Deus aqui na terra.

Eu vos amo.